sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Ciclo


I
Descansam os ossos sobre a areia quente,
Zumbe um vento terrível
Perpassando, impaciente, a galharia,
Teu hálito pútrido rodeia as flores doces,
E me repugna.


Atávicas as forças que brotam das minhas entranhas,
Em hostil silêncio e pertinaz resistência
Se negam
E se recusam.
Em torno o mundo se fez ressecado e triste


II
Das profundezas da noite escura
Surgem as ínfimas sobras, de azuis cerúleos.
E um círculo mágico flutua e dança livre,
Num cosmo sem limites
Núcleo que ao girar vira catavento de prata,
Gera energia
E vai-se vida afora

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