sábado, 6 de fevereiro de 2010


ASMA 1

O tórax intumescido e machucado
Cresce até o seu mais absoluto limite
Dentre frágeis ossos, costelas de dama
Se avoluma um não sei quê,
Um não sei como, ou porquê.
Quanto mais ar meu peito guarda
Menos me resta para viver.



ASMA 2

Inimigo sem face
Asma inclemente
Insidiosa, latente
Penetra, traiçoeira pelas costas
Comprime o peito,
Aperta a garganta
Arrebenta as entranhas

Asma das noites insones
Das vigílias cruéis
Intercortadas de (falta de) ar
Que entra e não sai
Asma que sequer permite
Suspirar, rir ou chorar.

Foi lentamente tomando conta
Como água que se infiltrou
Pelos meus cantos e recantos
Um pensamento a torna água viva
Uma lembrança, poderosa torrente represada
Que fazer para escoá-la?

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