Sobre monotipias
De minha experiência com gravura posso dizer que me apaixonei, no início da profissão, pela xilogravura, pelo efeito dos veios da madeira, mas sobretudo por sua linguagem clara e definida. Mais recentemente, trabalhei alguns tipos de monotipia. Aquela feita com o papel colado sobre o vidro entintado, e o desenho feito diretamente, na hora. Experimentei também algumas técnicas à base de água e fiz experiências com a argila e engobes, tirando a cópia no papel. Gosto do resultado direto, puro, que preserva, de certa forma, a emoção que o gerou.
Mais recentemente experimentei uma nova técnica de monotipia a óleo. Usei lixas de madeira como matrizes para minhas pinturas com bastões oleosos, cada uma com suas imagens. Depois tirei cópias ( ou uma cópia) dessas imagens com a ajuda do calor.
O resultado conquistado é fascinante, pela invasão dos campos de cor, a mesclagem das cores, a linha que some, outra que surge. Mas, principalmente, não se perde a qualidade matérica da pintura ou a beleza do óleo.
A segunda cópia, quando se consegue, traz surpresas pelo quase desaparecimento da forma, a figura que se dissolve, como muitas vezes em nossa memória ou em nossas vidas.
Regina Dutra
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