sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010




PINTURA


Revelou-se sobre o dourado
Um coração distorcido e desfigurado
De tanto sangrar se tornara
Chão de crateras
Negro e ressecado
Fora-se para sempre a seiva e o sangue
Em betume e pedra se transformara
Soube-se , súbito, que de tanto por aí vagar
Finalmente chegara ao seu lugar
E a moldura de ouro,
Qual coroa,
Fez da dor, resplendor.

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